Caros colegas,
Aproximam-se as eleições deste ano para deputados distritais, estaduais e federais, senadores, governadores e Presidente da República. É um momento propÃcio para uma prestação de contas do SindPFA acerca de suas ações nesse perÃodo para o pleito que decidirá nosso futuro.
Ainda em 2013, a Diretoria Colegiada do Sindicato reuniu-se e discutiu a necessidade de, como entidade representativa de uma carreira do serviço público federal, buscar os responsáveis pelas campanhas presidenciais, entre várias outras frentes de trabalho, para a apresentação de dados da polÃtica agrária e da nossa proposta abordada na Campanha por uma nova Governança Agrária.
Como carreira, caros, vivemos um momento particular de dificuldades. Depois de uma desgastante campanha salarial quase sem resultados em 2013, vimos cair o salário por atitudes irresponsáveis de outros entes e omissão do governo, problema ainda não resolvido. Isso, porém, não tira a nossa responsabilidade de pensar o futuro e trabalhar para a valorização da carreira. A iniciativa do SindPFA, apartidária e pragmática, objetivou publicizar a categoria e a importância da carreira para uma polÃtica que é estratégica para o paÃs.
Preparamos dados sobre diversos temas, como reforma agrária, cadastros de terras, aquisição de terras por estrangeiros, regularização fundiária, além de uma proposta essencialmente técnica de um novo ambiente institucional para a gestão de terras no paÃs, bem estruturada, livre de ideologia e dogmas sindicais, que nos permitisse buscar qualquer candidato.
O primeiro contato foi em 20 de fevereiro, em São Paulo, com Xico Graziano, engenheiro agrônomo e jornalista, então coordenador da campanha on-line do pré-candidato Aécio Neves, que recebeu bem a proposta.
Depois, fomos recebidos pelo PSOL, em 27/2, que pretendia lançar o senador Randolfe Rodrigues (AP) à Presidência da República e Luciano Genro como vice. Estivemos em seu gabinete no Congresso, com a presença de um assessor do partido, quando apresentamos dados da polÃtica agrária e a proposta do SindPFA. Fomos igualmente bem recebidos e a conversa rendeu ao Sindicato o convite para palestrar no seminário do partido sobre o tema agrário, realizado em Natal/RN no dia 15 de maio. Randolfe posteriormente desistiu e o partido lançou Luciana Genro, sem prejuÃzo das discussões.
O então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, já havia recebido nossa proposta para criação de um Instituto de Terras, em Santa Catarina, no inÃcio do ano. Ainda assim, o Sindicato conseguiu reunir-se em maio com MaurÃcio Rands e Neca Setubal, responsáveis pela elaboração do plano de governo da coligação do então pré-candidato Eduardo Campos à Presidência da República e de Marina Silva, sua vice. Depois do acidente aéreo, a coligação seguiu com Marina e lançou seu plano de governo em 29 de agosto contendo várias contribuições do SindPFA com partes do texto transpostas na Ãntegra.
Recentemente, novos episódios alimentaram a agenda polÃtica do SindPFA. Foi realizado um contato com o deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), em Curitiba, no dia 15/9, tendo em vista que ele, no curso da campanha, foi escolhido por Aécio Neves para coordenar o tema agrário. Também este recebeu bem a proposta do SindPFA.
Participamos, como membros do Fórum Nacional Permanente de Carreiras TÃpicas de Estado – Fonacate, de um encontro de Marina Silva com sindicalistas, em São Paulo. Na ocasião, voltamos a falar com os responsáveis pelo plano de governo da candidata, para fazer memória das propostas do SindPFA.
No dia 30 de setembro, o Fonacate reuniu-se também com Fuad Noman, coordenador de campanha do presidenciável Aécio Neves (PSDB), quando entregou a carta-programa de todas as entidades.
Apesar dos esforços dos responsáveis por procurar a campanha de Dilma Rousseff, o SindPFA não logrou êxito nessa tarefa. Quando do retorno de Miguel Rossetto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, em março desse ano, encaminhamos documento ao seu gabinete, solicitando uma reunião para apresentar nossa proposta, vide ofÃcio abaixo.
No entanto, nenhuma resposta foi recebida. O único espaço que o SindPFA teve com o ministro foi uma reunião realizada em julho, em meio a um imbróglio envolvendo a queda do reajuste dos PFAs, que, a propósito, ainda persiste, apesar de ele ter afirmado que o governo honraria o compromisso. O tema das propostas do Sindicato não estava na pauta. Em 8 de setembro, Rossetto deixou o cargo para fazer parte da coordenação da campanha para a reeleição da presidente, sem ter nos recebido para ouvir sugestões.
Também o Fonacate, que abarca vinte e seis entidades representativas de carreiras de Estado, entre as quais as carreiras mais influentes do paÃs, não conseguiu até então entregar sua carta-programa à coligação de Dilma Rousseff. O tratamento do governo para a categoria não é novidade. A desconsideração já é histórica apesar de todas as nossas contribuições aos órgãos agrários.
Nesse sentido, acreditamos que, embora delicado momento que estamos vivendo, o SindPFA fez um bom trabalho no ambiente das eleições gerais desse ano. Com uma única exceção – ainda que relevante -, conseguimos levar propostas e pautar a carreira com os principais candidatos ao cargo máximo do Executivo. Além dos encontros com presidenciáveis ou suas coordenações de campanha, realizamos vários contatos para reverberar a proposta de reformulação da polÃtica agrária. Falamos com representantes de universidades, outros órgãos agrários, entidades de setores rurais e da profissão. É um caminho a ser seguido para tornar fértil o terreno para ver a possibilidade de ter nossas ideias implantadas.
Fique claro que não alimentamos expectativas de que a simples eleição de qualquer um desses que pleiteiam o cargo e com os quais conversamos trará valorização para a carreira ou uma reestruturação positiva dos órgãos agrários. Temos um longo caminho pela frente que exigirá muita disposição e iniciativa de toda categoria. Se quisermos alcançar esse lugar de destaque que tanto almejamos precisamos estar conscientes dessa situação.
Mas cada luta ao seu tempo. Por ora, penso que podemos ir à s urnas domingo acreditando que fizemos o melhor, ou pelo menos o possÃvel, até agora. É hora de fazer o mesmo também no voto, segundo a consciência de cada um.
no SindPFA
PFA na Superintendência Regional SR - 28 / DFE
Ingressou no Incra em 26/03/1997