A vitória da carreira é a
perspectiva de sua reestruturação. Aceitar essa tabela na mesa
viciada e sem futuro da SRT pode comprometer o futuro das próximas
negociações, do sindicato e de toda a categoria.
A Campanha Salarial 2013 do SindPFA tem revelado alguns desdobramentos dignos de uma reflexão mais aprofundada. A batalha ainda não terminou, mas a linha tática adotada nos últimos dias precisa ser examinada sob pena de sua aprovação vir a trazer consequências danosas para o futuro do sindicato e de toda a categoria.
Trata-se da proposição de uma tabela abaixo do parâmetros mínimos apresentados pelo SindPFA no início das negociações. Submetida à discussão pelas bases, esta foi aprovada, em grande medida, seguindo as orientações da carta apresentada no pacote de documentos destinados à discussão na Assembléia de 21/08/2013 e, também, pela ausência de perspectiva na última reunião da SRT.
A carta de apresentação desconsiderou os argumentos enviados por nós (SC) que já expunhamos, naquele momento, uma série de problemas relacionados à apresentação dessa tática. Esses argumentos foram discutidos, reiterados e lavrados em Ata na Assembléia de SC. Uma vez que esses argumentos não foram apresentados e submetidos à discussão nas SRs, consideramos como equivocado e incompleto o método da construção desse resultado.
Ainda assim, este documento procura nesta reta final clarear nosso ponto de vista sobre a natureza dos fatos e as questões em jogo:
Consideramos que a mesa da SRT até o momento está viciada, sem perspectiva de aprovar os parâmetros mínimos propostos pela categoria;
Consideramos que nesse quadro, apresentar esta tabela reduzida, é cair na armadilha do governo que nada fez para mudar a situação;
Consideramos que apresentar a tabela reduzida na mesa da SRT expõe o sindicato ao rídiculo de recuar a uma aceitação de uma tabela que, apesar de manter a estrutura da carreira, em sua essência, contém a proposta repisada do governo, recusada reiteradas vezes (índice);
Consideramos que esses sucessivos recuos vão dificultar, cada vez mais, a nossa luta pela reestruturação da carreira. Alguns colegas Peritos já estão fazendo coro ao canto da sereia do governo (Miriam, Pepe, Guedes e Sérgio Mendonça) atribuindo a nossa carreira a situação de penúria que estamos vivendo (…estamos assim, porque recusamos sucessivamente as propostas do governo – ver Carta do RS);
Consideramos que o SindPFA ao apresentar essa tabela reduzida simboliza uma derrota para todas as iniciativas realizadas ao longo dos últimos anos, do presente (entrega de cargos) e do futuro do sindicato e da categoria, porque sinaliza ao governo que, pouco importa qualquer iniciativa que propusermos se, no final, nós cedemos à imposições do governo em nome de uma tabela reduzida “aceitável”;
Consideramos que apresentar a tabelita no momento de entrega dos cargos de chefia, desfocou a ação, deslocando a discussão para essa polêmica;
Consideramos que não cabe ao SindPFA reduzir os parâmetros mínimos, este é um papel do governo e, portanto, podemos até, ao final, vir a aceitar a pior proposta, desde que ela seja proposta pelo governo e nunca pelo SindPFA;
Se, consideramos a mesa da SRT impotente para mudar a situação de hoje, tanto faz aceitar a miséria do governo hoje ou ao final do ano, do mesmo modo que aconteceu no ano passado com outras categorias, inclusive com a CNASI;
Se, a única maneira de virar a mesa da SRT está fora dela, por que devemos aceitar na mesa esse quadro de derrota antecipadamente?
Por todos os argumentos acima relacionados, pela busca da melhor estratégia que nos conduza à vitória, estamos propondo estender as negociações até o final do ano;
Propomos, ancorados na categoria mobilizada, na ação de entrega dos cargos de chefia, no apoio parlamentar e na disposição de luta que ainda resta, intensificar as ações em direção à sociedade civil e ao governo para alterar positivamente a proposta do governo.
Co-assinam este documento os PFAs Fernando Humberto Faccio; José Alexandre Sambatti; Homero Della Barba; Edgar Sousa; Carlos R. S. Severo; Sergio Ferreira; Silvia Barguil; Claudio R Hasshimoto; Marcos Bierhals; Paulo Conde; Lea Conde; Pedro Bem Silva.
Por FERNANDO HUMBERTO FACCIO
PFA na SR - 10 / SC
Graduação em Engenharia Agronômica
Ingressou no Incra em 24/03/2008
© SindPFA - Todos direitos reservados.