Sexta-feira, 29 de Março de 2024

“O passivo fundiário é só a ponta do iceberg”, afirma Vizentin
Presidente do ICMBio estima 10 milhões de hectares de áreas privadas em unidades de conservação

O presidente do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Roberto Vizentin, concedeu entrevista ao portal ((o))eco, publicada em 3/9. Dias antes o Instituto completou 6 anos de existência em meio a falta de pessoal, de dinheiro e com um passivo fundiário e de implementação das Unidades de Conservação já criadas.

Segundo ele, “o passivo fundiário é só a ponta do iceberg”. Ao tratar do assunto, ele afirma ainda que “em termos de custos para regularizar o passivo, talvez seja a regularização fundiária [o maior problema], porque ela é muito cara. Nós estimamos, é uma estimativa, tá? Esses números já tiveram vários valores, agora nós estamos mais próximos da realidade. Não é uma informação absolutamente precisa, mas você não vai incorrer em nenhum tipo de exagero ou absurdo em retratar que dos 75 milhões de hectares que compõem as 312 Unidades de Conservação Federais nós vamos ter algo como 10 milhões de hectares de áreas privadas e que ainda precisam ser desapropriadas e pagas. Não é maior que isso”.

Perguntado sobre quanto custaria resolver este problema, ele diz “nós não fazemos questão de divulgar, mas se você quiser fazer uma estimativa de quanto isso vale em dinheiro, quanto vale em terras privadas, usando a média do valor da terra do Incra, cuja média nacional é de R$ 1.200 reais por hectare. Não se trata de omitir informação, é para não fomentar o discurso dos ruralistas, de “tá vendo, esse povo deve 12 bilhões e fica querendo criar Unidade de Conservação”. Então a conta fica em mais ou menos R$ 12 bilhões, com “b” de bola. Para você ver como o negócio é feio”.

Veja aqui a entrevista completa no portal ((o))eco.

Por KASSIO ALEXANDRE BORBA

Coordenador Executivo