Quinta-feira, 18 de Abril de 2024

A tão propalada grandiosidade do Órgão
Reflexão acerca da importância da Instituição e seus Colaboradores

Por ARQUIMEDES DE CERQUEIRA JUNIOR

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Durante o encontro de ambientação para os novos servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária/Concurso 2010 – realizado em Brasília no mês passado – pudemos perceber a exaustiva publicidade dada ao INCRA/MDA – incontestavelmente uma Instituição de grande relevância no Combate à Pobreza e na Inclusão Social, Econômica e Ambiental – bem como aos números de suas realizações, especialmente a partir de 2003, ou seja nos últimos dez anos.

O contexto acima, permite-nos a refletir quem somos nós e de que forma contribuímos para a realização desses feitos, tendo em vista o êxito obtido – conforme números apresentados – no que tange à realização da Reforma Agrária e os projetos de inclusão social promovidos pelo Governo Federal. A impressão é que nada fizemos e que somos pequeninos. Essa impressão foi reforçada por um dos Diretores presente à mesa, quando o mesmo afirmara que “precisamos trabalhar mais“. Imaginemos os “louros” colhidos ao seguirmos à orientação dada pelo nosso Gestor? Quanto ao seu pronunciamento, sinceramente, acredito que interpretamos equivocadamente a sua fala, já que, naquela situação – momento destinado às indagações e esclarecimentos – estávamos eufóricos e ansiosos para tratarmos de assuntos referentes à melhoria salarial.

Mencionei acima a frase “louros colhidos”, foi um equívoco. O correto seria: os números atingidos… Seriam grandiosos, porém estaríamos em déficit com os “louros” percebidos. A grandiosidade do Órgão é inversamente proporcional aos “louros colhidos” pelo seu corpo funcional. Ressalto que não sou contrário aos números apresentados, mas não posso deixar de registrar a falta de parcimônia, daqueles ao qual estamos subordinados, quando o assunto pendia para o viés remuneratório. Todavia, lendo uma matéria no site do SindPFA, fiquei um pouco mais esperançoso em virtude do reconhecimento (gestores do INCRA/MDA) dos baixos salários praticados pela Instituição.

A título de informação, em recente estudo realizado pelo SindPFA, fica evidenciado, veementemente, a defasagem salarial dos Peritos Federais Agrários – PFA, e por que não citarmos os ARDAs e Técnicos? No levantamento feito é notório que em 2002 o PFA possuía a segunda melhor remuneração, atrás apenas do Perito da Polícia Federal. A partir de 2004 todas as outras carreiras começaram a “trabalhar mais” e, como contrapartida da mudança de rotina, alavancaram os seus “louros”, deixando para derradeiro o nosso INCRA. Não sei porque me lembrei do Rubinho Barrichello.

Diante do exposto, nota-se o verdadeiro abismo remuneratório criado ao longo dos anos, chegando a uma discrepância vergonhosa, carente de urgente solução. É contraditório que, justamente a partir de 2004, quando o órgão começou a efetivar e consolidar os assentamentos – segundo os números – passamos de uma situação igualitária (equilíbrio salarial com outros órgãos) para uma situação adversa e desconfortável. Para agravar ainda mais, basta dizer que somos responsáveis pelo desempenho de atividades finalísticas de uma causa ou bandeira – Reforma Agrária – defendida e cantada em verso e prosa em ocasiões diversas. Uma pena que essa cantiga tornou-se inaudível nesses últimos anos!

Portanto, esperamos que durante às negociações vindouras os gestores do INCRA/MDA reconheçam a necessidade da correção salarial, e sinalizem ao MPOG, demonstrando formalmente a legitimidade do nosso pleito.