Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024

III CNPFA insere a categoria na agenda do desenvolvimento sustentável
Evento repleto de atividades permitiu discussão de futuro da política agrária e da atuação da categoria no seu desenvolvimento

O Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA) realizou, de 28 de novembro a 2 de dezembro de 2022, no Centro Cultural de Brasília (CCB), a terceira edição do Congresso Nacional dos Peritos Federais Agrários (CNPFA), que teve como tema central “Terra, mudanças climáticas e fome: o Brasil num mundo em transformação”.

A primeira edição do evento foi realizada em 2011 e discutiu uma política agrária adequada ao Século XXI; já a segunda, realizada em 2016, teve como tema uma governança abrangente e permanente como política de Estado. A realização desta terceira edição foi uma evolução destas outras duas, numa oportunidade que marcou duas décadas de criação da Carreira e uma década de sua representação na forma de um sindicato.

Embora concomitantemente com a segunda semana da Copa do Mundo de futebol da Fifa, a realização foi oportuna para a totalidade das avaliações recebidas até o fechamento desta matéria. Ela se deu após as eleições gerais, com um quadro político melhor definido, e isso permitiu a interlocução com representantes da equipe de transição governamental, que diagnostica e planeja as políticas públicas prioritárias e o arranjo institucional para o início do próximo governo.

O Estatuto do SindPFA reserva lugar especial ao CNPFA, que não é apenas um evento, mas um órgão na estrutura sindical responsável por definir as diretrizes gerais e propostas de atuação político-sindical da entidade, no lato sensu, a partir do debate dos assuntos de relevância para a categoria no cenário político no momento de sua realização, explorados em sua temática e em várias atividades de exposição com autoridades, acadêmicos, cientistas e representantes da sociedade civil.

O Congresso é, sobretudo, uma oportunidade de reencontro e de alinhamento, de organização da categoria para enfrentar os desafios do presente e do futuro de forma mais coesa, de restabelecimento dos ambientes de discussão interna, definição de objetivos e estratégias para conquistá-los, fortalecendo sua representação. Isso, de fato, se confirmou mais uma vez nesta edição. Até o fechamento desta matéria, a média das avaliações era de 9,5 num teto de 10 como nota geral ao evento.

As avaliações destacaram, como os principais pontos de evolução para com as edições anteriores, a evolução política e a maturidade do SindPFA e da categoria para com as temáticas de carreira, o maior congraçamento dos participantes e a qualidade técnica dos palestrantes e exposições.

Numa programação extensa, que se iniciou diariamente às 8h e se encerrou somente à noite de cada dia, o III CNPFA teve uma programação aberta com uma solenidade e conferência inaugural, três painéis, cinco mesas redondas, oito sessões de apresentação de trabalhos, um encontro de autores do livro dos 50 anos do Incra, além de um encontro de gênero voltado às mulheres da categoria e quatro sessões plenárias de debates.

Também teve momentos de confraternização, apresentações musicais e culturais, numa área de convivência montada para esse fim. Após a solenidade de abertura, na segunda-feira (28/11), houve uma roda de samba com a PFA Carolina Araujo (PA) em conjunto com o Grupo Sambologia; e na sexta (2/12), o evento foi encerrado com uma apresentação de maracatu com o grupo Zenga Baque Angola. Durante a semana, vários colegas se apresentaram voluntariamente no palco. As duas partidas do Brasil na Copa do Mundo de futebol ocorridas na semana também foram transmitidas em telão no local.

O evento contou com a participação de 101 PFAs presencialmente, 98 na condição de delegados, sendo 17 aposentados. Um terço participou também do primeiro CNPFA e dois terços participaram do segundo. Ainda, 21 palestrantes externos, 14 apresentadores de trabalho e 12 mediadores de atividades, além de centenas de colegas e interessados que acompanharam o congresso por meio das transmissões no YouTube.

Em interlocução com a sociedade civil, estiveram presencialmente no curso do evento representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), da Caixa de Assistência dos Profissionais dos Creas (Mútua), da Auditoria Cidadã da Dívida, da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), da Associação Nacional de Servidores Públicos Federais Agrários (Cnasi-AN), da Associação de Servidores da Reforma Agrária em Brasília (Assera/BR), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), da equipe de transição governamental na área do Desenvolvimento Agrário e do deputado federal Prof. Israel Batista, entre outros.

O III CNPFA contou com o patrocínio do Confea, órgão fundamental para a defesa da sociedade, de normatização e fiscalização do exercício das profissões desse Sistema profissional; e da Mútua, que atua como entidade assistencial do Sistema Confea/Crea/Mútua, prestando serviços, oferecendo benefícios e desenvolvendo ações que propiciem melhor qualidade de vida aos profissionais mutualistas.

No último dia, foram votadas as decisões que condensaram a essência das discussões e debates ocorridos ao longo dos cinco dias de evento. Foram 37 as decisões aprovadas pelos delegados do evento, que constituem diretrizes para a atuação da categoria e do SindPFA. Elas foram divididas em três blocos: “Estado, políticas públicas e interlocução com a sociedade civil”, “Desenvolvimento da Carreira e valorização profissional” e “Aperfeiçoamento da organização interna e sindical”. O SindPFA divulgou uma carta que resume as discussões do evento e pensamento da entidade.

Os delegados também classificaram o Congresso como elemento de motivação e injeção de ânimo, e teceram expectativas de maior engajamento da categoria e trabalho conjunto para dar visibilidade à categoria, de modo a se inserir em espaços de discussão e proposição de políticas públicas, e efetivar as decisões aprovadas.

O presidente do SindPFA, João Daldegan, avalia a realização do Congresso como de pleno sucesso, tanto pela temática alcançada, na escolha e na qualidade das apresentações dos palestrantes, na relevância dos trabalhos apresentados, como na participação ativa dos nossos delegados: “Foi uma oportunidade, muito bem aproveitada de debatermos uma agenda que está na pauta do dia e no discurso político, ao menos nos corredores da equipe de transição e nas notícias veiculadas a esse respeito; ou seja, foi muito acertada a sua realização após a definição eleitoral.”

“Ainda como saldo positivo, ressalto a integração dos colegas PFAs alcançada nesses cinco dias de convívio, nos quais ficou bem evidente a nossa capacidade de realização e de elaboração de proposições, honrando nossa postura pró-ativa; aliás, as propostas aprovadas na plenária foram de alto nível; assim, o III CNPFA cumpriu plenamente seu ofício de instância político-sindical”, completou o presidente.

Nos próximos dias, serão publicadas matérias detalhando cada atividade. Também serão editados uma publicação com o registro do evento, uma edição especial da Revista Buriti: Direito, Sociedade e Sustentabilidade com os artigos selecionados para o evento e a primeira edição de uma revista técnico-científica do SindPFA com trabalhos do evento e de outras seleções promovidas pela entidade.

Por KASSIO ALEXANDRE BORBA

Coordenador Executivo